14 julho 2007

Efeito da Sexta Feira 13

O efeito Sexta Feira 13 foi este mesmo ...


Debaixo de 30 graus C, e umidade Amazônica empurramos o avião uns 400m de um lado do aeroporto para outro, ele se recusou a dar partida. Tentamos de tudo, água na gasolina, todos tipos de partida (afogada, quente, fria), um mecânico do aeroclube local veio ver, e ainda assim nada. Tudo é novo, as fixações todas bem presas. Na segunda virá um mecânico mais especializado, vamos tirar o magneto esquerdo que contém dentro a ignição eletrônica, e é o responsável pela partida, essa é a idéia do momento. De toda forma, muito melhor esse problema no solo, do que voando ...


O pessoal do aeroclube de Matoury nos ajudando a empurrar o ZMA

Deutsch - 1

Hallo liebe Freunde,

Ich schreibe Euch aus Cayenne. Wir sind seit 7 Uhr auf dem Flugplatz, in der Hoffnung, dass wir heute raus kommen; unser Ziel ist Georgetown. Gestern sind wir aus Macapa kommend um 12 Uhr hier gelandet und wollten um 14 weiterfliegen. Nach 45 Minuten mussten wir umkehren, schwere tropen versperrten unseren Weg. Also schliefen wir hier. Es ist sehr heiss und feucht. Papillon war hier gefangen.
Der Flug war bis jetzt sehr gut. Am 11.7.07, als wir von SP wegfliegen wollten, war das Wetter so schlecht, dass wir erst um 12 Uhr wegkamen. In Palmas musste ich dann meine erste Nachtlandung machen, siehe Bild. Es war sehr viel dunkler, die Automatik hat das Bild aufgehellt. Strecke 1510 km, Zeit 05.47 Std. Am 12.07. gings nach Macapa, auf der nordlichen Seite des Amazonas. Auch hier sehr schlechtes Wetter und flogen die letzten 50 km in nur 300 bis 500 m Hohe. Sehr anstrengend so ein fliegen uber geschlossenem Urwald. Ich muss jetzt aufhoren, da wir soeb en erfahren haben, dass wir weiter konnen.
Thomas rufe bitte Horst Wenzel Tel. 8888612 an und frage, ob er die site einsehen kann.
Herzlichst,Martin

Revolução Francesa - 14 de Julho

Passeando pela cidade, assisti na praça principal da cidade as primeiras comemorações do aniversário da Queda da Bastilha. Diversos batalhões militares estavam presentes, das xx divisões, a Legião Estrangeira estacionada na guiana. Vários discursos, e cerimônias militares, tipo marchar, erguer armas, etc.

A queda da Bastilha, no dia 14 de julho de 1789, marca o início do movimento revolucionário pelo qual a burguesia francesa, consciente de seu papel preponderante na vida econômica, tirou do poder a aristocracia e a monarquia absolutista.




Jantamos no restaurante Taverna, do outro lado da rua do hotel, com direito a um vinho Bordeaux (origem duvidosa). As 10:30 da noite saí para achar um Cyber aberto, o que entrei era de uma família Chinesa, aliás nas ruas se escuta Francês, Chinês, Português e Espanhol, uma grande mistura.

13 julho 2007

Macapá - Caiena (dia 3)

O dia amanheceu ensolarado, bem diferente das grandes nuvens presentes na tarde do dia anterior. Não deu para resistir, um rápido passeio até o rio Amazonas, na frente do hotel antes do café da manhã, afinal não é todo dia que acordo na frente do maior rio do mundo. No café da manhã Martin propôs voarmos até Guiana Francesa (Caiena) e em seguida até a Guiana Inglesa (Georgetown) para ganhar um pouco de tempo, concordei com a idéia.
Barco típico da região Amazônica, leva 7 horas para percorrer 150km, este vai até Chaves, na Ilha de Marajó, R$25,00, cada um leva sua rede.

O aeroporto da capital do Amapá fica perto da cidade, bem diferente da etapa anterior em Palmas onde a pista está a 20km do centro. A burocracia de saída do Brasil foi relativamente rápida, apesar da necessidade de 4 cópias da Declaração Geral (para que tantas cópias ???). Martin abasteceu o avião, R$4,90/litro !! (US$2/litro), enquanto fui fazer o plano de vôo e checar a meteorologia. Na sala AIS já dava para ver que o tempo estava razoavelmente limpo, mas com início de formações de nuvens típicas da Amazônia. Após a decolagem contatamos a Rádio FIR Amazônica, que manteve contato conosco parte do vôo, além da rádio Oiapoque. Subimos até 9.500ft, para voar por cima das formações de nuvens.
Voando no FL085 por poucos minutos

Próximo a Caiena o teto baixou bem, conforme a previsão meteorológica, o tempo já estava bem nublado, mas em condições VFR chegamos, Martin fez sua primeira aproximação ILS – VFR no Glasair.

Na reta final chuvosa em Caiena (Cayenne - Rochembeau)

Chegamos a França ! Com as bandeiras da França e da União Européia. Estacionamos próximo ao gigantesco cargueiro Antonov Russo. Enquanto Martin abastecia, eu iniciei os trâmites burocráticos, além de checar a meteorologia e preencher o novo plano de vôo.

A sala de meteorologia é muito boa, com toda sofisticação encontrada na França, mostraram as formações de CBs e TCUs na costa Atlântica movendo-se para Oeste, justamente para a nossa rota. O controlador do aeroporto (Gilles) apareceu na sala, e veio bater papo comigo. Deu várias dicas na região, informando que o pouso e pernoite em Georgetown é tranqüilo. Mas realmente é bom evitar pousar no Suriname, pois a taxa de pouso é alta, ao redor de US$200,00 . Reclamou muito das condições encontradas para pequena aviação estrangeira no Brasil, roubaram gasolina dele em Manaus e Boa Vista, além de cobrarem “propina” na maioria das vezes, com exigências burocráticas enormes, será que não conseguimos mudar essa situação ?

O grande cargueiro Russo Antonov AN124, ele leva 120toneladas de carga !

Com o plano de vôo preenchido, fomos para o terminal do aeroporto, por uma portinha lateral. A taxa de pouso de Euro 8.- no final nem foi cobrada de nós, pois o funcionário não conseguia inserir o tipo de aeronave “experimental” ou Glasair no sistema, nos desejou boa viagem ! Já a polícia Federal, não gostou da nossa passagem, pois “entramos no país” por uma portinha lateral do terminal, e apenas passamos por eles na saída. Sem perguntar muito, pedi ao Martin de bater uma foto minha ao lado do Antonov, como me senti pequenininho, o avião é monstruso. O avião tem um visual um pouco sinistro, talvez pelo seu tamanho, mas também pela concepção antiga de avião de transporte militar.


Decolamos rumo a Georgetown, o controlador num forte sotaque Francês nos pedia o estimado a posição “Mikok” , que nós não tínhamos em nossa carta visual. Martin pediu para ele repetir o nome da localidade umas 3x, mas mesmo assim não entendíamos. Aí finalmente informamos que nosso vôo é visual, e não estávamos com a carta para vôo IFR. Essa situação já nos deixou um pouco tensos pois era difícil entender o que ele falava.
O vôo nesta região é sobre a “Amazonie Francaise” mata totalmente fechada, bem diferente do Brasil, onde existem muitas clareiras abertas com terreno simplesmente abandonado. A meteorolologia começou a piorar 50NM fora de Caiena, descemos para 3000 pés, mas mesmo assim não bastava. O horizonte estava todo azul escuro, indicando chuva além de alguns CBs cujas torres era bem visíveis. Os paredões de chuva indicavam que estamos quase numa rua sem saída desviamos para o litoral mas mesmo assim não havia passagem. Estávamos voando no (infeliz) período da tarde. Não é recomendável voar neste horário, na região pois além da nebulosidade formada pela CIT (ITCZ) , a grande umidade do solo provoca acelerada evaporação que contribui para alimentação de mais formações chuvosas. A floresta parece um tapete verde, com suas leves ondulações transmitem uma falsa sensação de paz. As árvores lá embaixo tem 30m de altura, além de mata totalmente fechada, não tenho ilusões no caso de problemas.

Martin estava um pouco preocupado, o que é natural pois colocamos como objetivo chegar em Georgetown, e a impossibilidade sempre nos frusta um pouco.
Voltamos para Caiena já que tempo estava muito fechado a frente e não dava para contornar sem se aventurar muitas milhas para dentro da Guiana. Voar baixo em cima de uma mata fechada não faz bem para o “coração”. Para o lado do litoral a situação estava pior, já que as formações de CBs estavam mais ativas, então voar baixo próximo a praia não era boa opção.
O alegre meteorologista Francês, em Caiena, ou vc fala Francês ou fala...

Após a chegada, a meteorologia mostrou o óbvio, deve-se voar de manhã nesta região, pois a evaporação é acelerada, gerada pela umidade da floresta. Normalmente após o almoço, CBs, TCUs, chuvas e nuvens baixas formam-se rapidamente. Martin resolveu então abastecer o avião, mas assim que tirou a capa da cabine, começou a chover, operação AVGAS abortada. Esperamos um pouco a chuva diminuir, e fomos andando para o terminal, desta vez ao lado dos aviões grandes.

Alagada floresta na Amazônia Francesa

Entre nossa saída e volta, o Boeing 777 da Air France que faz a rota diária Paris-Cayenne também quando passamos caminhando ao lado dele, caminhando para a área de desembarque de passageiros. Estávamos a um passo de sair e pegar o nosso Táxi, quando perguntaram, onde está o seu visto Francês ?? Com estive na França 2 anos atrás com outro passaporte, nem havia pensado neste assunto... Esperamos um bom tempo, até sermos conduzidos até a sala da Polícia. Tive que argumentar, em Francês, Inglês e posteriormente Português que voltamos a Caiena devido ao mal tempo. Ou seja fizemos uma escala técnica, e não concordava em pagar os Euro 60 por um visto de um dia. Depois de um bom bate boca, alegando escala técnica, saiu um “Visa d’ Escale válido por 2 dias, gratuito.

A floresta bem fechada e preservada

Táxi, Mercedes, ficamos no hotel Central (Euro55/noite). Sem internet (que raiva), com direito a passeio pelo centro, assistir a festa militar da queda do aniversário a queda da Bastilha a ser comemorada no dia seguinte (14/07). O território Francês tem 220.000 habitantes, com a maior parte morando entre Caiena e Korou (centro de lançamento dos foguetes Europeus). Quase toda economia da região gira em torno da Governo Francês.



Propaganda para visitar Centro Espacial de Kourou, centro de lançamentos da Agência Espacial Européia, localizado a 100km de Caiena

Marabá - Macapá (dia 2)



Meteorologia enrolada próximo a Macapá

Em Marabá tudo foi rápido, nas simpática sala AIS, a simpática Eliana tirou imprimiu os Metars e TAFs (informações meteorológicas) além de disponibilizar o computador para visualizar a foto de satélite. Como já havia observado na noite anterior em Palmas, uma grande área de forte nebulosidade rondava os arredores de Macapá, nosso destino do dia. Também o Metar mostrava teto de 1500ft com nuvens esparsas, além de CBs isolados na região. Tudo isso veio a se confirmar posteriormente durante o vôo. Na decolagem a linda vista do Rio Araguaia, e seus bancos de areia. Também avistamos a gigantesca represa de Tucuruí, com mais de 150km de extensão, e apenas 15km de largura (média) é bem esparramada e cheia de árvores mortas na água, que mais parecem palitos espetados no meio d’água. Um desastre ecológico amplamento noticiado na época da formação do lago. A pista de Tucuruí estava debaixo de chuva, e não conseguimos avistá-la. Voamos sempre um pouco a direita da rota, praticamente em cima do rio Tucuruí. Também neste trecho demos adeus ao bom tempo. Ilhotas no Araguaia
Passamos ao lado de vários CBs grandes alguns com suas grandes paredes de chuva. Tivemos que descer do confortável nível de vôo 075 (7.500ft), para 1000ft acima do solo por algumas vezes, para evitar entrar na nuvens. Fomos “ziguezagueando” entre as chuvas isoladas. Elas não estavam muito próximas, mas sempre havia uma grande “parede” a nossa esquerda. Após termos cruzado mais um grande rio o Pará, no través de Breves, pista no meio da floresta estávamos praticamente na proa de Belém.
Nesta região voamos em média a 3.000ft , por várias vezes tentamos voar mais alto, mas sempre trombamos com nuves que nos obrigaram a descer.
Vale salientar que ao Norte de Marabá a vegetação transforma-se rapidamente para mata fechada. Novamente tivemos companhia dos grandes rios, notadamente o Araguaia e o Tocantins. Imagino que na época “pré-GPS” eles eram a única forma de orientação, pois o tapete verde abaixo é extremamente homogêneo.
Voando baixo
Mas ainda hoje voar em cima dos rios nos passa uma certa paz, pois sempre existem os bancos de areia... além de quebrar a monotonia da floresta. O vôo a baixa altura apesar de ser lindo, pois conseguimos observar até a variação dos tipos de árvores, não é o mais agradável, preferimos voar bem mais alto. Avistamos aldeias indígenas e também madereiros a beira do rio. A umidade das árvores também gera muita umidade baixa, que por vezes formava tapetes brancos de 2/8 a 4/8, a 500ft do solo. Neste vôo subimos sempre que pudemos, para maior segurança, para logo em seguida descer a 1000/2000ft (pés) do solo, para não entrar na nuvens. Ficamos em alguns momentos com dúvida se iríamos conseguir chegar a Macapá, a proa de Belém parecia um pouco mais limpa.

Voando MUITO baixo, uma madereira no meio da floresta

Como não somos pilotos profissionais, e sim domingueiros (com muito ORGULHO) um pouco mais ousados, foi totalmente vantajoso voarmos em dupla. Desde os bons momentos para tirar fotos, até as decisões em conjunto na escolha do melhor caminho nos momentos de tempo ruim, é uma grande ajuda estar em 2 a bordo.

Às 15:30 estávamos próximos a SBMQ avistando o rio Amazonas, uma visão muito emocionante neste trajeto. Interrompemos a descida, pois a imensidão do rio é bem intimidadora., até subimos um pouco para 3.500 ft, para nos sentirmos mais seguros. Felizmente o tempo estava um pouco mais aberto na região do aeroporto, contrário ao METAR inicial que havíamos recebido em Palmas.

Antes de atravessar o Rio Amazonas

Fomos para o hotel Caesar Park, que ingênuamente pensávamos fazer parte da rede homônima, porém era um hotel ultra simples, que não passou pelo crivo, decidimos ficar no terceiro hotel visitado, o Macapá hotel, que fica na beira do Rio Amazonas. Veio logo a chuva da tarde. A excelente peixada num restaurante a beira do rio encerrou esta etapa.


Moi on board

Palmas - Marabá (dia 2)

Saímos um pouco atrasados do hotel, mas o dia parecia bem tranqüilo, o ar seco de Palmas mostrava um céu totalmente desprovido de nuvens. A mais nova Capital de um Estado Brasileiro, foi planejada e construída 15-20 anos atrás, lembro que quando passei com o PT-PMI, Ximango, em 1992, aterrisei em Porto Nacional, Palmas vista por cima era um enorme canteiro de obras. A cidade de 220.000 hab, tem um aeroporto que fica a 20km da cidade, plantado no meio do cerrado. A burocracia na ultramoderna sala AIS foi rápida, porém, o plano de vôo tinha que ser feito no computador, para que ? Levou mais tempo, e uma funcionária do Infraero foi destacada para preencher o formulário, que nós fazemos preenchemos nos outros lugares sozinhos.

Saímos um pouco atrasados do hotel, mas o dia parecia bem tranqüilo, o ar seco de Palmas mostrava um céu totalmente desprovido de nuvens. A mais nova Capital de um Estado Brasileiro, foi planejada e construída 15-20 anos atrás, lembro que quando passei com o PT-PMI, Ximango, em 1992, aterrisei em Porto Nacional, Palmas vista por cima era um enorme canteiro de obras. A cidade de 220.000 hab, tem um aeroporto que fica a 20km da cidade, plantado no meio do cerrado.
A burocracia na ultramoderna sala AIS foi rápida, porém, o plano de vôo tinha que ser feito no computador, para que ? Levou mais tempo, e uma funcionária do Infraero foi destacada para preencher o formulário, que nós fazemos preenchemos nos outros lugares sozinhos.

Bancos de areia do rio Tucuruí ou Pará ?


A decolagem foi tranqüila com leve vento lateral, o asfalto novo não causou o efeito da trepidação na triquilha (ou bequilha ?) dianteira, que foi observada na rugosa pista de Goiânia. Rumo norte cobrimos com relativa facilidade a distância de 550km. Interessante observar que nesta região predominam os campos com poucos pastos (gado) aqui e acolá, sem a densa floresta que iríamos avistar mais ao norte. Cruzamos diversas vezes os grandes rios Amazônicos como o Tocantins que tem belíssimas dunas de areia, por vezes a única opção de pouso no caso de um remoto pouso forçado. Também avistamos algumas pistas de pouso asfaltadas que não constam no nosso “moving map” e nem mesmo nas antigas cartas aeronáuticas (WACs), que foram impressas em 2002, mas com clara defasagem no conteúdo cartográfico.

O PT-ZMA voa muito redondo, ou seja o motor está totalmente harmonioso, tem apenas 100+ horas de vôo, praticamente novo para um motor Lycoming de 180hP. No painel o avião possui um sistema eletrônico de monitoramento das temperaturas do motor, EGT e CHT. Por outro lado, por ser um avião veloz, ele tem que ser “pilotado” o tempo todo, qualquer desvio de atenção, como mexer no moving map ou tirar fotos, o avião engrena para um dos lados e sobe ou desce rapidamente. Ele tem uma tendência para esquerda, talvez aliada ao torque do motor em conjunto com mais bagagem que levamos no lado esquerdo, isso obriga a um leve pressão do manche para a direita o tempo todo. Já o leme praticamente não é usado, voando em cruzeiro e mesmo com curvas de pequena inclinação, não senti senti necessidade de usar o pedal. Como os pedais são um pouco apertados, vôo descalço (meias), e os meus pequenos pés de pato (44 ???) descansam no espaço após os pedais.
Nosso pouso em Marabá foi precedido de cumulus de bom tempo, tempo bem ensolarado, a camada de inversão, que estava a 7.500ft próximo a Palmas desceu substancialmente próximo a Marabá, talvez devido a maior umidade do rio e do aumento progressivo de vegetação mais úmida bem diferente do cerrado sequíssimo da região de Goiânia ao norte Palmas.

Martin na pilotagem !










Simpática funcionária da rádio Marabá, Eliana, eficiente fazia tudo sozinha, rádio, plano de vôo e meteoro, como deveria ser em todos lugares

11 julho 2007

O Pouso Noturno em Palmas

Nossa decolagem tardia em São Paulo impôs certa pressa em cima de nós. Ficamos no solo apenas 40”, enquanto Martin abastecia o avião fui preencher o plano de vôo e verificar a meteorologia. Decolamos ao redor das 16:00, com mais 10 litros de gasolina no tanque do nariz, o avião pareceu bem mais dócil. Aproamos direto Palmas, a navegação foi muito mais simples, a única pista alternativa é Porto Nacional, que fica a apenas 10min de vôo ao sul de Palmas. O Controle Anápolis foi extremamente sossegado, mesmo sendo a base militar mais próxima a Brasília, teoricamente a mais sujeita as confusões do tráfego aéreo Brasileiro. Após sair da Terminal, passamos para a freqüência livre, voamos bem sossegados novamente bem alto.

O solo entre Goiânia e Palmas fica bem ondulado... Já próximo a Barragem Serra da Mesa o solo fica bem inóspito. A beleza do Rio Tocantins é bem contagiante , como pode ser vista na foto abaixo. Eis que começamos a calcular o horário de chegado com o por do sol, e não batia o cálculo, na pressa em decolar, não fizemos as contas corretamente. Resultado ? Pouso noturno em Palmas... Aí fiz a fatídica pergunta,
- Martin cadê a lanterna ?
- Ah tudo bom, a lanterna está no avião, só que na caixa de ferramentas, que estava na parte mais funda do nosso bagageiro, debaixo do tampo .... (inalcançável)
- E as luzes de painel ?
- Ahh, era mais um peso inútil para o avião, como nunca voaremos a noite, tirei do avião na semana passada, nunca pensei que iria usar, já que a idéia é voar apenas de dia. Murphy Law rules !!!!
Na entrada da Terminal Palmas, chamei o controle, informando que iríamos pousar Visual Noturno, não havia alternativa, pois mesmo em Alta Floresta iríamos chegar 5 min depois do por do sol, apesar da luz natural ainda viabilizar o pouso, com certeza seríamos multados.

Foi um por do sol SENSACIONAL em cima do majestoso rio Tocantins, ligamos todas as luzes externas do avião, diminuímos a luz do “moving map” do painel, revimos todos os dados da pista, ainda com luz. A Torre autorizou perna do vento pela direita, e assim fizemos uma longuíssima reta final já no lusco fusco, ou seja estava bem escuro, mas ainda dava para ver o chão, não estava totalmente escuro.

Foi O PRIMEIRO POUSO NOTURNO DO GLASAIR, foi LINDO, Martin fez um excelente pouso, até tentou usar o VASIS para fazer a rampa perfeita. Fomo para a Pousada dos Girassóis. Avenida enorrrrrrrrrrrrme de 20km com pista dupla (ou tripla) do aeroporto para a cidade... vazia, aqui pelo menos não tem os congestionamentos de SP.

Na reta final em Palmas com aeroporto todo iluminado, as 18:30, 25 minutos após o por do sol

Uuuufa, 1500km voados no dia, 2 pernas, decolando as 11:50 da manhã, nada mal !!!

Pequeno vídeo do vôo perto do por do sol


São Paulo - Goiânia

Após apenas 4 horas dormidas, fui para o Campo de Marte, zona Norte de São Paulo, para o início desta nova viagem. Preocupação para não esquecer todos os detalhes. Honorato e Marcos Penteado já estavam no bar do aeroclube se esquentando com um chocolate quente. Depois de 3 semanas de sol ininterrupto, amanhacera meio nublado claros sinais de mudança de tempo.

Martin e Marjorie aguardando o tempo melhorar em São Paulo

A frente fria que estava ocluída (parada) resolveu andar um pouco. Eu tirei uma jaqueta do armário na última hora, e com shorts, passei frio no aeroclube, que diferença da manhã anterior ! Fomos a sala de tráfego do Campo de Marte, e o meteologista nos brindou com a notícia que o aeroporto estava fechado Visual, e nem iria abrir no dia. Ele falou isso com tanta segurança, que confesso que achei que ele devia "ser de contra". Voltamos mais 3x para a sala AIS, e a mesma coisa... o campo está fechado. Na terceira vez, o Penteado já havia ligado para a TWR que informara que as decolagens visuais já estavam autorizadas, mas na sala de tráfego o meteorologista continuava negando tudo, ou seja do contra mesmo.

Minutos antes da partida

Entregamos o plano de vôo e nos mandamos para o avião, depois de mais alguns minutos, despedidas rápidas, Martin iniciou o taxi (movimento do avião) para cabeceira da pista, as 11:50 decolamos debaixo de um cinzento e típico céu paulistano.

A decolagem foi pesada, estávamos com o peso máximo de decolagem do avião, 1000kg, e Martin estranhou as "quicadas" que o trem de pouso dianteiro deu na pista, antes de sair do chão.
O tempo realmente não estava bom, visibilidade nos mínimos, e teto baixo, mas aos poucos saímos de SP, aproando corredor Juliet e depois proa de Bragança. Subimos para 8.500 pés e o tempo melhorou aos poucos, mas sempre com nuvens Cirrus, e nuvens baixas também.

Voando no meio dos prédios de SP

O avião é confortável, voei de meia mesmo, assim tenho mais espaço para os pés. Neste trecho até Goiânia aprendi a usar o instrumento de navegação do avião, bem intuititivo e a pilotar um pouco. Chegamos em Goiânia dentro do tempo estimado. O pouso foi meio estranho, parte como consequência do asfalto um pouco irregular do aeroporto Sta Genoveva (taí a Infraero investindo num novo terminal, e a pista ...) mas também pelo peso da bagagem, que deslocou o CG (Centro de Gravidade) do avião para trás. O pessoal do Infraero foi correto, apenas um pequeno detalhe de erro na hora do por do sol que gerou uma experiência interessante no trecho seguinte.

10 julho 2007

Entalei no avião - Adiamos a saída 1 dia

Tudo quase pronto, o tapeceiro finalmente entregou os bancos, e no sábado fui sentar no avião para começar a me familiarizar com ele. Eis a surpresa, entalei !!! Isso mesmo, tanto lateralmente as abas me apertaram, como minha cabeça bateu no teto. Não teve jeito, fiquei beem apertado mesmo. O que fazer ???? Já que uma das idéias era sair na terça feira 10/07.

Parte de trás do avião, antes de colocar a carenagem interna

Na segunda o vôo de experiência do Martin foi um sucesso, tudo funcionando, inclusive, o rádio 2 (Becker) com nova antena funcionou bem.
A foto de satélite parece incrivelmente benigna, uma alta pressão bloqueia as frentes, e pela primeira vez em 89 anos NEVOU em Buenos Aires, Bariloche cheio de neve, e aqui 28 graus C em pleno inverno. "La inusual nevada caída ayer no dejaba de sorprender a los porteños. Esta mañana, varias plazas de la ciudad y el Gran Buenos Aires permanecían con el césped bajo un manto blanco. Las bajas temperaturas provocadas por la ola de frío polar persisten, aunque no está previsto que vuelva a caer nieve. En Puerto Madero, San Telmo y Villa Lugano, los techos de las casas, los autos, los árboles y, especialmente, las zonas descampadas estaban cubiertas de nieve. Enriqueta Güiraldes de Oliva es uno de esos testigos que guardan en su memoria la imagen de los copos de nieve que cayeron sobre las calles hace 89 años. "En 1918 yo tenía cuatro años y medio. Vivíamos en Agüero y Santa Fe en un departamento. A la tardecita empezó a nevar y yo quería bajar a la calle", contó a LANACION.com .

A nova super antena do segundo rádio

A esquerda com o banco, que me fez entalar